Pergunto-me se alguma vez procuraste uma resposta para as minhas atitudes? Ou se, algum dia, as estudaste um pouco mais a fundo, e tentaste perceber o que está realmente na essência delas? Lá no fundo sei que não, mas o meu instinto mais superficial quer acreditar que sim. Acreditar que vais conseguir retirar a verdade que está escondida por baixo do palavreado teatral que inunda as minhas conversas. Acreditar que vais descobrir a razão porque estou sempre a rir cada vez que te vejo. Gostava de te explicar tudo, mas o medo e as dúvidas travam-me o caminho. Por vezes, sinto-me confusa, como se o que ando a fazer não estivesse certo, não tivesse sentido ou não servisse para nada, e é então que tu apareces. E quando falas, é como se se acendesse uma luz no meu peito que me aquece o corpo todo e me faz sentir plena, cheia, feliz. Há em ti uma tranquilidade que me acalma, me apazigua e, sem saberes, vais-me ajudando a afastar os fantasmas. Há também uma estranha incompreensão e uma incerteza que me fascina, como um objecto desconhecido, uma luz remanescente que surge por uma porta entreaberta. Conheço-te, sem te conhecer.
Gosto de ti de uma forma que não sei nem quero explicar.